segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Charge


      Charge é um estilo de ilustração que tem por finalidade satirizar, por meio de uma caricatura, algum acontecimento atual com uma ou mais personagens envolvidas. A palavra é de origem francesa e significa carga, ou seja, exagera traços do caráter de alguém ou de algo para torná-lo burlesco. Muito utilizadas em críticas políticas no Brasil.
      Mais do que um simples desenho, a charge é uma crítica político-social onde o artista expressa graficamente sua visão sobre determinadas situações cotidianas através do humor e da sátira. Para entender uma charge, não é preciso ser necessariamente uma pessoa culta, basta estar por dentro do que acontece ao seu redor. A charge tem um alcance maior do que um editorial, por exemplo, por isso a charge, como desenho crítico, é temida pelos poderosos. Não é à toa que quando se estabelece censura em algum país, a charge é o primeiro alvo dos censores.


Exemplo

Carta dos Leitores

Gênero Opinativo

      Um espaço comum para expressar a opinião do público do veículo é a seção das cartas do leitor. O jornal seleciona, entre as cartas recebidas, algumas que tenham opinião bem argumentada (e, claro, um bom texto) para publicar e registrar, por amostragem, o pensamento dos leitores. Certas vezes, existe a preocupação de contrabalançar e equilibrar as opiniões, escolhendo sempre idéias opostas. Na maioria das edições, porém, jornalistas selecionam cartas que sejam alinhadas com as posições do veículo.



Exemplo

Polícia
(3/11/2004) Mortos pelos homens da lei
Nunca confiei na polícia. Eles pensam que são os donos do mundo, porque têm o poder da arma, a força maior. Saem pelas ruas e matam inocentes. Estamos sendo escravizados pelos homens da lei, aqueles que deveriam nos proteger nos matam. Nunca esquecerei do caso do dentista Flávio Santana, morto injustamente por policiais que não sabem trabalhar honestamente. Carrego comigo a dor e a revolta da família desse pobre rapaz, vítima do preconceito. Poderia ser eu o alvo, e não o Flávio. Afinal, sou negro.
MARCELO TEIXEIRA, São Paulo, SP

As leis brasileiras são as mais brandas do mundo, já morei em pelo menos outros três países e atestei com meus próprios olhos. O trabalho da polícia muitas vezes se compara ao de 'enxuga-gelo', já que não raro vemos casos em que a polícia prende, e o Judiciário solta. Seria excelente uma reportagem que ressaltasse os heróis anônimos que arriscam a vida todos os dias nas ruas de nosso país e que a meu ver representam a grande maioria.
FERNANDO SAFFI, São Paulo, SP

Um é pouco, dois é bom, três é demais!

  


      Estava na porta do escritório do marido, com um pé a frente do outro para entrar quando uma voz alterou-se:
_ Com licença! Avisa ao Sr. Fernando que já estou esperando.
      Embaraçada e sem entender o que aquela mulher de meia idade, com roupas simples, cabelos amarrados queria com seu marido, indagou a esposa:
_Esperando para quê?
      Sem gostar da resposta que recebeu, entrou esbaforida na sala do marido e o alertou que uma mulher chamada Graça o aguardava em frente as estabelecimento para fazer a limpeza de seu apartamento.
      Sim, caro leitor! Os apartamento DELE, não deles, já que moravam em uma casa.
      Fernando o Marcela estava, casados já havia algum tempo, tinham dois filhos.
      Surpreso com o futuro flagra e nervoso, sem saber o que fazer nem o que inventar, o marido seguiu o caminho para o tal apartamento, enquanto Marcela o seguia.
      Dona Graça nada entendia. Estava no carro do seu Sr. Fernando para fazer a limpeza que, por sinal, não era a primeira vez.
      Marcela não parava de imaginar A motivo desse apartamento, e seu sangue se esquentava cada vez mais. Fernando não conseguia pensar em nenhuma desculpa, algo que o tirasse daquela situação.
      Foram quatro lances de escada no mais absoluto silêncio e Marcela começou a reconhecer o local. "Por isso chegava mais tarde em casa e acordava tão cedo para o trabalho. Imagina que nem tomava mais café para não perder produção. Eu mato esse safado!", pensava Marcela.
      A cada subida existia uma familiaridade maior da parte de Marcela, ela já havia estado naquele prédio.
      Ao abrir a porta, deram de cara com um quarto e sala todo mobiliado. Dona Graça foi direto procurar o balde e se enfiou na área de serviço, para só sair quando estivesse tudo resolvido.
      Embora nunca tivesse entrado no apartamento, o prédio batia com a descrição de uma promessa feita por Rômulo à Marcela. Rômulo era seu melhor amigo e sabia consolá-la muito bem sempre que necessário.
      Ao se aproximarem do banheiro, Marcela e Fernando ouviram uma voz gritar:
_É você amor?
      "É a voz dele!", pensou Marcela.
      "Já era, agora não tem mais jeito!", pensou Fernando.
      E ao mesmo tempo, os dois responderam ao dar de cara com Rômulo abrindo a porta, enrrolado de toalha:
_Sim meu bem, sou eu!




      

Crônica

Gênero Opinativo

      Crônica é uma narração, segundo a ordem temporal. O termo é atribuído, por exemplo, aos noticiários dos jornais, comentários literários ou científicos, que preenchem periodicamente as páginas de um jornal. A crônica é, primordialmente, um texto escrito para ser publicado no jornal. Assim o fato de ser publicada no jornal já lhe determina vida curta, pois à crônica de hoje seguem-se muitas outras nas próximas edições.
      A crônica, na maioria dos casos, é um texto curto e narrado em primeira pessoa, ou seja, o próprio escritor está "dialogando" com o leitor. Isso faz com que a crônica apresente uma visão totalmente pessoal de um determinado assunto: a visão do cronista. Ao desenvolver seu estilo e ao selecionar as palavras que utiliza em seu texto, o cronista está transmitindo ao leitor a sua visão de mundo. Ele está, na verdade, expondo a sua forma pessoal de compreender os acontecimentos que o cercam. Geralmente, as crônicas apresentam linguagem simples, espontânea, situada entre a linguagem oral e a literária. Isso contribui também para que o leitor se identifique com o cronista, que acaba se tornando o porta-voz daquele que lê.

      Classificação
1. Quanto a natureza do tema
- Crônica geral ou coluna; seção
- Crônica local ou de cidade
- Crônica especializada ou comentário

2. Quanto ao tratamento dado ao tema
- Analítica
- Sentimental
- Satírico-humorística

  -> Fontes para crônicas jornalísticas
. Ideias em curso na comunidade
. Informações sobre fatos e situações
. Notícias
. Emoções pessoais     




Exemplo

Exigências de uma vida moderna

Dizem que todos os dias você deve comer uma maçã por causa do ferro.
E uma banana pelo potássio.
E também uma laranja pela vitamina C.
Uma xícara de chá verde sem açúcar para prevenir a diabetes.
Todos os dias deve-se tomar ao menos dois litros de água.
E uriná-los, o que consome o dobro do tempo.
Todos os dias deve-se tomar um Yakult pelos lactobacilos (que ninguém sabe bem o que é, mas que aos bilhões, ajudam a digestão).
Cada dia uma Aspirina, previne infarto.
Uma taça de vinho tinto também.
Uma de vinho branco estabiliza o sistema nervoso.
Um copo de cerveja, para… não lembro bem para o que, mas faz bem.
O benefício adicional é que se você tomar tudo isso ao mesmo tempo e tiver um derrame, nem vai perceber.
Todos os dias deve-se comer fibra.
Muita, muitíssima fibra.
Fibra suficiente para fazer um pulôver.
Você deve fazer entre quatro e seis refeições leves diariamente.
E nunca se esqueça de mastigar pelo menos cem vezes cada garfada.
Só para comer, serão cerca de cinco horas do dia.
E não esqueça de escovar os dentes depois de comer.
Ou seja, você tem que escovar os dentes depois da maçã, da banana, da laranja, das seis refeições e enquanto tiver dentes, passar fio dental, massagear a gengiva, escovar a língua e bochechar com Plax.
Melhor, inclusive, ampliar o banheiro e aproveitar para colocar um equipamento de som, porque entre a água, a fibra e os dentes, você vai passar ali várias horas por dia.
Há que se dormir oito horas por noite e trabalhar outras oito por dia, mais as cinco comendo são vinte e uma.
Sobram três, desde que você não pegue trânsito.
As estatísticas comprovam que assistimos três horas de TV por dia.
Menos você, porque todos os dias você vai caminhar ao menos meia hora (por experiência própria, após quinze minutos dê meia volta e comece a voltar, ou a meia hora vira uma).
E você deve cuidar das amizades, porque são como uma planta: devem ser regadas diariamente, o que me faz pensar em quem vai cuidar delas quando eu estiver viajando.
Deve-se estar bem informado também, lendo dois ou três jornais por dia para comparar as informações.
Ah! E o sexo.
Todos os dias, tomando o cuidado de não se cair na rotina.
Há que ser criativo, inovador para renovar a sedução.
Isso leva tempo e nem estou falando de sexo tântrico.
Também precisa sobrar tempo para varrer, passar, lavar roupa, pratos e espero que você não tenha um bichinho de estimação.
Na minha conta são 29 horas por dia.
A única solução que me ocorre é fazer várias dessas coisas ao mesmo tempo!!!
Tomar banho frio com a boca aberta, assim você toma água e escova os dentes. Chame os amigos e seus pais.
Beba o vinho, coma a maçã e dê a banana na boca da sua mulher.
Ainda bem que somos crescidinhos, senão ainda teria um Danoninho e se sobrarem 5 minutos, uma colherada de leite de magnésia.
Agora tenho que ir.
É o meio do dia, e depois da cerveja, do vinho e da maçã, tenho que ir ao banheiro.
E já que vou, levo um jornal…
Tcháu….
Viva a vida com bom humor!
(Luis Fernando Veríssimo)

Editorial

Gênero Opinativo
   
     O editorial representa o posicionamento da empresa, a voz do jornal. Os editoriais são textos de um jornal em que o conteúdo expressa a opinião da empresa, da direção ou da equipe de redação, sem a obrigação de ter alguma imparcialidade ou objetividade. Geralmente, grandes jornais reservam um espaço predeterminado para os editoriais em duas ou mais colunas logo nas primeiras páginas internas. 
      O editor redige o editorial, é o agente cultural, empresário. O editorial possui a impessoalidade, nunca é assinado; condensabilidade, aborda um único tema/tópico; tropicalidade, corresponde ao tema presente no momento; plasticidade, construção provisória, conjecturas, nada é conclusivo.
      O editorial possui cinco classificações, segundo Luiz Beltrão: 
- Morfologia:
 * Artigo de fundo: editorial por excelência;
 * Suelto: editorial com formato de comentário;
 * Nota: aparece com destaque gráfico.
- Topicalidade:
 * Preventivo
 * De ação
 * De consequência
- Conteúdo:
 * Informativo
 * Normativo
 * Ilustrativo
- Estilo:
 * Intelectual (razão)
 * Emocional
- Natureza:
 * Promocional
 * Circunstancial
 * Polêmico

      Em relação à estrutura, rígida e simples, há quatro divisões:
- Título: atrai a atenção do leitor.
- Introdução: desperta interesse.
- Discussão: expõe os argumentos.
- Conclusão: leva o leitor a concordância.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Editorial   /   Jornalismo Opinativo - Luiz Beltrão

Exemplo


Dificilmente a Câmara dos Deputados conseguirá aprovar a curto prazo a Lei de Biossegurança que precisa votar por ter sido modificada no Senado.

É muito longa a pauta de projetos à espera de apreciação: além de outras importantes leis, há projetos de emendas constitucionais e uma série de medidas provisórias, que trancam a pauta.

Mas, com tudo isso, é importante que os deputados tenham consciência da necessidade de conceder aos cientistas brasileiros, o mais rapidamente possível, a liberdade de que eles necessitam para desenvolver pesquisas na área das células-tronco embrionárias.

Embora seja este um novo campo de investigação, já está fazendo surgir aplicações práticas concretas, que demonstram seu potencial curativo fantasticamente promissor.

Não é por outro motivo que os eleitores da Califórnia aprovaram a emenda 71, que destina US$ 3 bilhões às pesquisas com células-tronco, causa defendida com veemência por seu governador, o mais do que conservador Arnold Schwarzenegger.

O caso chama a atenção porque o ex-ator, ao contrário de outros republicanos (como Ron Reagan, cujo pai sofria do mal de Alzheimer), não tem interesse pessoal no desenvolvimento de tratamentos médicos para doenças degenerativas hoje incuráveis.

Apenas o convívio com pessoas como o recentemente falecido Christopher Reeve, que ficou tetraplégico após um acidente, ou Michael J. Fox, que sofre do mal de Parkinson, parece ter sido suficiente para convencer Schwarzenegger de que é fundamental apoiar a pesquisa.

O projeto que retornou do Senado ainda inclui graves restrições à ciência, como a limitação das pesquisas às células de embriões congelados há pelo menos três anos nas clínicas de fertilização — embriões descartados que, com qualquer tempo de congelamento, vão acabar no lixo.

Também algum dia será preciso admitir a clonagem com fins terapêuticos, hoje vedada, e que é particularmente promissora.

Ainda assim, comparado com o projeto proibitivo que veio originalmente da Câmara, o novo texto da Lei de Biossegurança é um importante passo à frente. Merece ser apreciado com rapidez e aprovado pelos deputados.
(O Globo, 5/11)

Camilo Aggio - Campanhas políticas online

      O pesquisador de campanhas OnLine, Camilo Aggio, foi convidado pelo professor do curso de Comunicação Social / Jornalismo, Marcus Lima, para participar de uma entrevista coletiva com a turma do II semestre do mesmo curso. Mestrando em Comunicação e Cultura Contemporânea pela Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia (Facom - UFBA), quando questionado a respeito do potencial da internet, Aggio pontuou várias proposições favoráveis ao uso da internet em campanhas políticas. Dentre elas, afirmou que a internet não determina ou controla tempo; há a possibilidade da exploração de diversos temas; promove um fortalecimento da democracia. Camilo enfatizou ainda, a possibilidade de uma discussão mais ampla sobre o plano de governo, discussão esta se faz substancial na campanha política de qualquer candidato. Além do barateamento do custo, a internet dispõe de tempo para uma abordagem mais profunda de temas e expõe os candidatos a um maior constrangimento interativo.
      Em relação a interatividade da versão OnLine, o pesquisador chama a atenção para o papel chave do eleitor interventor e da paridade de disputa. Quando proposto o tema engajamento, o entrevistado citou plataformas de organização para atividades presenciais e o cuidado da utilização regular e eficiente da internet.
      Twitter, Facebook, Orkut, MySpace, blogs e outras redes sociais aumentam a possibilidade de atingir um maior público, segundo Camilo. Para ele, o uso de redes sociais vai além dos jovens, tendo em vista que pessoas de várias idades as utilizam como forma de comunicação. Além da campanha dos próprios candidatos, as pessoas que utilizam as redes como forma de interação estão sujeitas aos comentários e ideias de redes e outros usuarios independentes das campanhas.
      A participação de Camilo Aggio reafirmou os avanços na utilização das redes sociais. Abriu um leque maior de possibilidades de ocupação das redes sociais. Os universitários tiveram uma maior visão do uso da internet no meio político e na vida acadêmica.