sábado, 16 de outubro de 2010

Entrevista

      Entrevista é uma conversação entre duas ou mais pessoas (o entrevistador e o entrevistado) em que perguntas são feitas pelo entrevistador para obter informação do entrevistado. Os repórteres entrevistam as suas fontes para obter destas declarações que validem as informações apuradas ou que relatem situações vividas por personagens. Antes de ir para a rua, o repórter recebe uma pauta que contém informações que o ajudarão a construir a matéria. Além das informações, a pauta sugere o enfoque a ser trabalhado assim como as fontes a serem entrevistadas. Antes da entrevista o repórter costuma reunir o máximo de informações disponíveis sobre o assunto a ser abordado e sobre a pessoa que será entrevistada. Munido deste material, ele formula perguntas que levem o entrevistado a fornecer informações novas e relevantes. O repórter também deve ser perspicaz para perceber se o entrevistado mente ou manipula dados nas suas respostas, facto que costuma acontecer principalmente com as fontes oficiais do tema. É importante que o repórter seja insistente. O entrevistador deve conquistar a confiança do entrevistado, mas não tentar dominá-lo, nem ser por ele dominado. Caso contrário, acabará induzindo as respostas ou perdendo a objetividade.


      Há, na entrevista, três requisitos importantes. O primeiro deles é a autencidade, ou seja, as declarações atribuídas ao interlocutor devem ser facilmente provadas. O segundo requisito, e neste, a técnica depende mais do entrevistador, é o interesse. A terceira exigência é a conveniente identificação do entrevistado ou das pessoas envolvidas na entrevista.
      A entrevista pode ser classificada quanto aos entrevistados, como geradora de matéria jornalística, quantos aos entrevistadores e quanto ao conteúdo.





Reportagem

      Em jornalismo, há quatro opções para definir reportagem:
  • Resultado de busca pela informação, cobertura;
  • atividade de coleta de informações, trabalho de preparar e redigir;
  • conjunto de jornalistas encarregado do setor informativo do jornal;
  • formato específico resultante do trabalho de reportar determinados fatos, com a pretensão de aprofundar o assunto e promover o debate.
  
    "A reportagem é um conteúdo jornalístico, escrito ou falado, baseado no testemunho direto dos fatos e situações explicadas em palavras e, numa perspectiva atual, em histórias vividas por pessoas, relacionadas com o seu contexto. O repórter pode valer-se também de fontes secundárias (documentos, livros, almanaques, relatórios, recenseamentos, etc.) ou servir-se de material enviado por órgãos especializados em transformar fatos em notícias (como as agências de notícias e as assessorias de imprensa)."

      Segundo Joaquim Letria, reportagem é um "relato jornalístico - descritivo ou narrativo - com uma apreciável extensão, estilo literário muito pessoal, através do qual se dá conta ou se explica como sucederam certos fatos não necessariamente recentes, ou o seu acontecimento é visto, de um modo muito subjetivo, mas enriquecedor, para formação da opinião e prazer da leitura daqueles a quem se destina".
      A reportagem situa-se no gênero informativo; é o relato de uma ocorrência de interesse coletivo; oferecida ao público segundo formato especial, como uso de fatos, infográficos e boxes; é a notícia ampliada; pode ser interpretação ou investigação. Caracteriza-se pela humanização do relato, contexto social, reconstrução histórica, predominância da forma narrativa, texto de natureza impressionista e objetividade dos fatos narrados.






Frutos de Glauber

      A sexta edição da Mostra Cinema Conquista, com o tema "Um olhar para o novo cinema", teve início no dia 05 de outubro e durou até o dia 09 do mesmo mês. Com a finalidade de democratizar o acesso ao cinema e heterogeneizar os estilos cinematográficos, a mostra contou com o lançamento de livros, a exibição de filmes, a realização de conferências e oficinas, além das exposições de artistas como Vinícius Gil e Dió Araújo (fotografias) e Roque Araújo (câmeras fotográficas e filmadoras de diversos formatos).
     O evento atraiu olhares e despertou o interesse de um público diversificado, que se estendeu de meros admiradores e curiosos a profissionais da área, incluindo estudantes e professores de outras universidades.
     Sua realização se deu no Centro de Cultura Camilo de Jesus Lima, no Teatro Glauber Rocha (UESB) e em Praças Públicas de Vitória da Conquista. A criação de espaços como o Cine-Tenda Vila Serrana III e o Cine-Cidadão Itinerante (nos bairros Alto Maron, Jurema, Kadija e Urbis V) e a entrada gratuita, o que, segundo o público, proporciona uma maior valorização ao evento,  permitiu uma intensa participação popular e uma densa interação entre os ouvintes.
      A abertura, ocorrida na terça-feira as 19h30min, foi efetuada com a exibição do curta-metragem nacional "Haruo Ohara", de Rodrigo Grota, e do longa-metragem "Uma noite em 67", de Renato Calil. Na quarta-feira seguinte a abertura, nove produções foram exibidas, dentre elas: 3 curtas-metragens baianos, 4 curtas-metragens nacionais e 2 longas-metragens. O destaque da quinta-feira, 07 de outubro, foi o longa-metragem "O homem que engarrafava nuvens", de Lírio Ferreira. Muito aplaudido pelo público, o longa contou "a história do Baião através da ascensão e queda de um de seus maiores expoentes, o letrista e compositor Humberto Teixeira, conhecido como o 'doutor do baião'. Responsável por clássicos como 'Asa Branca' e 'Adeus Maria Fulô', Teixeira atingiu o estrelato nos anos 50 mas foi sempre eclipsado por seu parceiro Luiz Gonzaga. Na década seguinte, com o surgimento da bossa nova, o baião caiu na obscuridade". Nos dias 08 e 09 houveram outras exibições.
      No período matutino, conferências e lançamentos de livros foram realizados no Teatro Glauber Tocha. Destaque para a conferência do dia 07 , "Por que crítica e público nunca se entendem?", se faz merecida. O conferencista Celso Sabadin - jornalista, escritor e crítico de cinema - apresentou as diferentes formas de se ver, analisar, amar ou odiar um filme. Sabadin coloca o crítico de cinema como um autodidata, e por ser - a crítica - uma extensão do jornalismo, o crítico de cinema necessita se basear no tripé informação, interpretação e opinião, segundo o conferencista.
      A grande presença do público chamou a atenção da organização do evento que viu na cidade do grande Glauber Rocha um forte interesse pela arte cinematográfica. Pode-se afirmar que sexta edição da Mostra Cinema Conquista obteve saldo positivo.




sexta-feira, 15 de outubro de 2010

A prática da reportagem - Ricardo Kotscho

      Ricardo Kotscho determina o ofício de repórter como uma opção de vida; a tarefa do profissional é a arte de informar para transformar. Jornalista profissional em São Paulo, Kotscho, em seu livro "A prática da reportagem", procura responder num certa ordem às perguntas mais habituais feitas a ele por estudantes e profissionais da área, utilizando-se de exemplos concretos de matérias em lugar de teorias. "Se pedissem esse trabalho a outro repórter, ele certamente faria diferente - e reside aí o fascínio desta profissão, a sua multiplicidade de estilos e ideias, a verdade nunca pronta, acabada.", conclui o autor.
      O livro é dividido em oito capítulos, sendo eles "Uma opção de vida", "O dia-a-dia", "Coberturas", "Reportagem investigativa", "Perfil", "Levantamento", "Drama Social" e "Grande reportagem".
      O dia-a-dia de uma redação se baseia na produção de notícias a serem veiculadas. Quando há um grande assunto a ser noticiado (e esses são raros), o jornal escolhe seus melhores repórteres, mobiliza correspondentes, aciona o departamento de pesquisa e monta um esquema de edição. O problema é que todos os jornais agirão da mesma forma. O que diferencia um jornal do outro, e consequentemente um repórter do outro, é transformar os fatos do dia-a-dia de uma cidade, de um país ou do mundo em matérias interessantes. A circulação do jornal é diária, logo, seu conteúdo deve informar o leitor a respeito dos fatos do dia-a-dia. O repórter precisa ter iniciativa e saber que seu lugar é na rua. O repórter não pode ter medo de tomar posição e precisa colocar-se no lugar do leitor, fazê-lo viajar como se estivesse no local do acontecimento. Kotscho dá uma dica aqueles que pretendem seguir a profissão de repórter ou já o fazem: "Não despreze nunca uma pauta, antes de saber o que ela pode render, mesmo que o assunto não seja muito agradável. Uma pauta de lixo, por exemplo, pode render uma boa história. Porque qualquer assunto serve, se pudermos, por meio dele, mostrar algo novo que estão acontecendo, ainda que o tema seja já batido". 
      Segundo o autor, a cobertura de um grande acontecimento pode significar para um repórter que está começando a consagração ou fracasso. O esquema especial de cobertura montado para a cobertura de um assunto que foge do dia-a-dia requer um investimento alto da empresa jornalística, o que significa que, um profissional que der mancada uma vez dificilmente terá uma segunda oportunidade. O profissional só deve parar de garimpar informação quando estiver absolutamente seguro sobre todos os fatos que colocará no papel. De acordo com Kotscho, a cobertura de um grande acontecimento requer do repórter, além de capacidade profissional e saber escrever, resistência física, esquecer a hora de dormir e comer e vencer o medo, o cansaço e a saudade.
      Kotscho determina a reportagem investiga como o ramo mais difícil da reportagem e o mais fascinante. Requer do repórter descobrir o que será contado, revelar algo que se deseja esconder da opinião pública.
      Perfil é o "filão mais rico das matérias humanas". Com ele, o repórter tem a chance de produzir um texto mais trabalhado. É necessário que o repórter se livre dos preconceitos e ideias pré-fixadas. Ricardo afirma que deve se deixar bem claro, logo de cara, o objetivo da matéria, sua intenção.
      A reportagem das redações são divididas em áreas: Cidade, Polícia, Política, Economia, Educação e Saúde, Ciência e Tecnologia, Esportes, Artes e Espetáculos. Essa divisão é comparada por Kotscho com a Medicina, e como nesta, apesar de suas divisões, há um clínico geral também no jornalismo: o repórter de "geral". Quando um caso não esperado estoura ou todos os repórteres especializados das diferentes áreas, o repórter de "geral" é acionado pela chefia da reportagem. O autor denomina de "drama social" as matérias não enquadradas nas oito áreas citadas acima.
      Por fim, Kotscho trata em seu livro sobre a grande reportagem. É atribuído a elas esse nome pois requerem um grande investimento humano do repórter e financeiro da empresa. Devido ao alto custo, à falta de disponibilidade dos repórteres e do grande espaço redacional que ocupa, a grande reportagem está cada vez mais rara nos grandes jornais.
    "Esse livro não se trata, pois, da neutralidade do repórter - lugares comuns inventados para domesticar os profissionais. O grande compromisso do repórter é para com seu tempo e sua gente."

Um hino à liberdade

"Para as pessoas que inventaram                                                  
as suas próprias leis 
quando sabem ter razão;
para que as que têm um prazer especial
em fazer coisas bem feitas,
nem que seja só pata elas;
para as que sabem que a vida
é algo mais do que aquilo
que os nossos olhos vêem
... Fernão Capelo Gaivota
é uma história com sentido.
Para todas as outras,
ela será na mesma uma aventura
sobre a liberdade e o voo
para além de limites provisórios."  



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