segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Charge


      Charge é um estilo de ilustração que tem por finalidade satirizar, por meio de uma caricatura, algum acontecimento atual com uma ou mais personagens envolvidas. A palavra é de origem francesa e significa carga, ou seja, exagera traços do caráter de alguém ou de algo para torná-lo burlesco. Muito utilizadas em críticas políticas no Brasil.
      Mais do que um simples desenho, a charge é uma crítica político-social onde o artista expressa graficamente sua visão sobre determinadas situações cotidianas através do humor e da sátira. Para entender uma charge, não é preciso ser necessariamente uma pessoa culta, basta estar por dentro do que acontece ao seu redor. A charge tem um alcance maior do que um editorial, por exemplo, por isso a charge, como desenho crítico, é temida pelos poderosos. Não é à toa que quando se estabelece censura em algum país, a charge é o primeiro alvo dos censores.


Exemplo

Carta dos Leitores

Gênero Opinativo

      Um espaço comum para expressar a opinião do público do veículo é a seção das cartas do leitor. O jornal seleciona, entre as cartas recebidas, algumas que tenham opinião bem argumentada (e, claro, um bom texto) para publicar e registrar, por amostragem, o pensamento dos leitores. Certas vezes, existe a preocupação de contrabalançar e equilibrar as opiniões, escolhendo sempre idéias opostas. Na maioria das edições, porém, jornalistas selecionam cartas que sejam alinhadas com as posições do veículo.



Exemplo

Polícia
(3/11/2004) Mortos pelos homens da lei
Nunca confiei na polícia. Eles pensam que são os donos do mundo, porque têm o poder da arma, a força maior. Saem pelas ruas e matam inocentes. Estamos sendo escravizados pelos homens da lei, aqueles que deveriam nos proteger nos matam. Nunca esquecerei do caso do dentista Flávio Santana, morto injustamente por policiais que não sabem trabalhar honestamente. Carrego comigo a dor e a revolta da família desse pobre rapaz, vítima do preconceito. Poderia ser eu o alvo, e não o Flávio. Afinal, sou negro.
MARCELO TEIXEIRA, São Paulo, SP

As leis brasileiras são as mais brandas do mundo, já morei em pelo menos outros três países e atestei com meus próprios olhos. O trabalho da polícia muitas vezes se compara ao de 'enxuga-gelo', já que não raro vemos casos em que a polícia prende, e o Judiciário solta. Seria excelente uma reportagem que ressaltasse os heróis anônimos que arriscam a vida todos os dias nas ruas de nosso país e que a meu ver representam a grande maioria.
FERNANDO SAFFI, São Paulo, SP

Um é pouco, dois é bom, três é demais!

  


      Estava na porta do escritório do marido, com um pé a frente do outro para entrar quando uma voz alterou-se:
_ Com licença! Avisa ao Sr. Fernando que já estou esperando.
      Embaraçada e sem entender o que aquela mulher de meia idade, com roupas simples, cabelos amarrados queria com seu marido, indagou a esposa:
_Esperando para quê?
      Sem gostar da resposta que recebeu, entrou esbaforida na sala do marido e o alertou que uma mulher chamada Graça o aguardava em frente as estabelecimento para fazer a limpeza de seu apartamento.
      Sim, caro leitor! Os apartamento DELE, não deles, já que moravam em uma casa.
      Fernando o Marcela estava, casados já havia algum tempo, tinham dois filhos.
      Surpreso com o futuro flagra e nervoso, sem saber o que fazer nem o que inventar, o marido seguiu o caminho para o tal apartamento, enquanto Marcela o seguia.
      Dona Graça nada entendia. Estava no carro do seu Sr. Fernando para fazer a limpeza que, por sinal, não era a primeira vez.
      Marcela não parava de imaginar A motivo desse apartamento, e seu sangue se esquentava cada vez mais. Fernando não conseguia pensar em nenhuma desculpa, algo que o tirasse daquela situação.
      Foram quatro lances de escada no mais absoluto silêncio e Marcela começou a reconhecer o local. "Por isso chegava mais tarde em casa e acordava tão cedo para o trabalho. Imagina que nem tomava mais café para não perder produção. Eu mato esse safado!", pensava Marcela.
      A cada subida existia uma familiaridade maior da parte de Marcela, ela já havia estado naquele prédio.
      Ao abrir a porta, deram de cara com um quarto e sala todo mobiliado. Dona Graça foi direto procurar o balde e se enfiou na área de serviço, para só sair quando estivesse tudo resolvido.
      Embora nunca tivesse entrado no apartamento, o prédio batia com a descrição de uma promessa feita por Rômulo à Marcela. Rômulo era seu melhor amigo e sabia consolá-la muito bem sempre que necessário.
      Ao se aproximarem do banheiro, Marcela e Fernando ouviram uma voz gritar:
_É você amor?
      "É a voz dele!", pensou Marcela.
      "Já era, agora não tem mais jeito!", pensou Fernando.
      E ao mesmo tempo, os dois responderam ao dar de cara com Rômulo abrindo a porta, enrrolado de toalha:
_Sim meu bem, sou eu!




      

Crônica

Gênero Opinativo

      Crônica é uma narração, segundo a ordem temporal. O termo é atribuído, por exemplo, aos noticiários dos jornais, comentários literários ou científicos, que preenchem periodicamente as páginas de um jornal. A crônica é, primordialmente, um texto escrito para ser publicado no jornal. Assim o fato de ser publicada no jornal já lhe determina vida curta, pois à crônica de hoje seguem-se muitas outras nas próximas edições.
      A crônica, na maioria dos casos, é um texto curto e narrado em primeira pessoa, ou seja, o próprio escritor está "dialogando" com o leitor. Isso faz com que a crônica apresente uma visão totalmente pessoal de um determinado assunto: a visão do cronista. Ao desenvolver seu estilo e ao selecionar as palavras que utiliza em seu texto, o cronista está transmitindo ao leitor a sua visão de mundo. Ele está, na verdade, expondo a sua forma pessoal de compreender os acontecimentos que o cercam. Geralmente, as crônicas apresentam linguagem simples, espontânea, situada entre a linguagem oral e a literária. Isso contribui também para que o leitor se identifique com o cronista, que acaba se tornando o porta-voz daquele que lê.

      Classificação
1. Quanto a natureza do tema
- Crônica geral ou coluna; seção
- Crônica local ou de cidade
- Crônica especializada ou comentário

2. Quanto ao tratamento dado ao tema
- Analítica
- Sentimental
- Satírico-humorística

  -> Fontes para crônicas jornalísticas
. Ideias em curso na comunidade
. Informações sobre fatos e situações
. Notícias
. Emoções pessoais     




Exemplo

Exigências de uma vida moderna

Dizem que todos os dias você deve comer uma maçã por causa do ferro.
E uma banana pelo potássio.
E também uma laranja pela vitamina C.
Uma xícara de chá verde sem açúcar para prevenir a diabetes.
Todos os dias deve-se tomar ao menos dois litros de água.
E uriná-los, o que consome o dobro do tempo.
Todos os dias deve-se tomar um Yakult pelos lactobacilos (que ninguém sabe bem o que é, mas que aos bilhões, ajudam a digestão).
Cada dia uma Aspirina, previne infarto.
Uma taça de vinho tinto também.
Uma de vinho branco estabiliza o sistema nervoso.
Um copo de cerveja, para… não lembro bem para o que, mas faz bem.
O benefício adicional é que se você tomar tudo isso ao mesmo tempo e tiver um derrame, nem vai perceber.
Todos os dias deve-se comer fibra.
Muita, muitíssima fibra.
Fibra suficiente para fazer um pulôver.
Você deve fazer entre quatro e seis refeições leves diariamente.
E nunca se esqueça de mastigar pelo menos cem vezes cada garfada.
Só para comer, serão cerca de cinco horas do dia.
E não esqueça de escovar os dentes depois de comer.
Ou seja, você tem que escovar os dentes depois da maçã, da banana, da laranja, das seis refeições e enquanto tiver dentes, passar fio dental, massagear a gengiva, escovar a língua e bochechar com Plax.
Melhor, inclusive, ampliar o banheiro e aproveitar para colocar um equipamento de som, porque entre a água, a fibra e os dentes, você vai passar ali várias horas por dia.
Há que se dormir oito horas por noite e trabalhar outras oito por dia, mais as cinco comendo são vinte e uma.
Sobram três, desde que você não pegue trânsito.
As estatísticas comprovam que assistimos três horas de TV por dia.
Menos você, porque todos os dias você vai caminhar ao menos meia hora (por experiência própria, após quinze minutos dê meia volta e comece a voltar, ou a meia hora vira uma).
E você deve cuidar das amizades, porque são como uma planta: devem ser regadas diariamente, o que me faz pensar em quem vai cuidar delas quando eu estiver viajando.
Deve-se estar bem informado também, lendo dois ou três jornais por dia para comparar as informações.
Ah! E o sexo.
Todos os dias, tomando o cuidado de não se cair na rotina.
Há que ser criativo, inovador para renovar a sedução.
Isso leva tempo e nem estou falando de sexo tântrico.
Também precisa sobrar tempo para varrer, passar, lavar roupa, pratos e espero que você não tenha um bichinho de estimação.
Na minha conta são 29 horas por dia.
A única solução que me ocorre é fazer várias dessas coisas ao mesmo tempo!!!
Tomar banho frio com a boca aberta, assim você toma água e escova os dentes. Chame os amigos e seus pais.
Beba o vinho, coma a maçã e dê a banana na boca da sua mulher.
Ainda bem que somos crescidinhos, senão ainda teria um Danoninho e se sobrarem 5 minutos, uma colherada de leite de magnésia.
Agora tenho que ir.
É o meio do dia, e depois da cerveja, do vinho e da maçã, tenho que ir ao banheiro.
E já que vou, levo um jornal…
Tcháu….
Viva a vida com bom humor!
(Luis Fernando Veríssimo)

Editorial

Gênero Opinativo
   
     O editorial representa o posicionamento da empresa, a voz do jornal. Os editoriais são textos de um jornal em que o conteúdo expressa a opinião da empresa, da direção ou da equipe de redação, sem a obrigação de ter alguma imparcialidade ou objetividade. Geralmente, grandes jornais reservam um espaço predeterminado para os editoriais em duas ou mais colunas logo nas primeiras páginas internas. 
      O editor redige o editorial, é o agente cultural, empresário. O editorial possui a impessoalidade, nunca é assinado; condensabilidade, aborda um único tema/tópico; tropicalidade, corresponde ao tema presente no momento; plasticidade, construção provisória, conjecturas, nada é conclusivo.
      O editorial possui cinco classificações, segundo Luiz Beltrão: 
- Morfologia:
 * Artigo de fundo: editorial por excelência;
 * Suelto: editorial com formato de comentário;
 * Nota: aparece com destaque gráfico.
- Topicalidade:
 * Preventivo
 * De ação
 * De consequência
- Conteúdo:
 * Informativo
 * Normativo
 * Ilustrativo
- Estilo:
 * Intelectual (razão)
 * Emocional
- Natureza:
 * Promocional
 * Circunstancial
 * Polêmico

      Em relação à estrutura, rígida e simples, há quatro divisões:
- Título: atrai a atenção do leitor.
- Introdução: desperta interesse.
- Discussão: expõe os argumentos.
- Conclusão: leva o leitor a concordância.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Editorial   /   Jornalismo Opinativo - Luiz Beltrão

Exemplo


Dificilmente a Câmara dos Deputados conseguirá aprovar a curto prazo a Lei de Biossegurança que precisa votar por ter sido modificada no Senado.

É muito longa a pauta de projetos à espera de apreciação: além de outras importantes leis, há projetos de emendas constitucionais e uma série de medidas provisórias, que trancam a pauta.

Mas, com tudo isso, é importante que os deputados tenham consciência da necessidade de conceder aos cientistas brasileiros, o mais rapidamente possível, a liberdade de que eles necessitam para desenvolver pesquisas na área das células-tronco embrionárias.

Embora seja este um novo campo de investigação, já está fazendo surgir aplicações práticas concretas, que demonstram seu potencial curativo fantasticamente promissor.

Não é por outro motivo que os eleitores da Califórnia aprovaram a emenda 71, que destina US$ 3 bilhões às pesquisas com células-tronco, causa defendida com veemência por seu governador, o mais do que conservador Arnold Schwarzenegger.

O caso chama a atenção porque o ex-ator, ao contrário de outros republicanos (como Ron Reagan, cujo pai sofria do mal de Alzheimer), não tem interesse pessoal no desenvolvimento de tratamentos médicos para doenças degenerativas hoje incuráveis.

Apenas o convívio com pessoas como o recentemente falecido Christopher Reeve, que ficou tetraplégico após um acidente, ou Michael J. Fox, que sofre do mal de Parkinson, parece ter sido suficiente para convencer Schwarzenegger de que é fundamental apoiar a pesquisa.

O projeto que retornou do Senado ainda inclui graves restrições à ciência, como a limitação das pesquisas às células de embriões congelados há pelo menos três anos nas clínicas de fertilização — embriões descartados que, com qualquer tempo de congelamento, vão acabar no lixo.

Também algum dia será preciso admitir a clonagem com fins terapêuticos, hoje vedada, e que é particularmente promissora.

Ainda assim, comparado com o projeto proibitivo que veio originalmente da Câmara, o novo texto da Lei de Biossegurança é um importante passo à frente. Merece ser apreciado com rapidez e aprovado pelos deputados.
(O Globo, 5/11)

Camilo Aggio - Campanhas políticas online

      O pesquisador de campanhas OnLine, Camilo Aggio, foi convidado pelo professor do curso de Comunicação Social / Jornalismo, Marcus Lima, para participar de uma entrevista coletiva com a turma do II semestre do mesmo curso. Mestrando em Comunicação e Cultura Contemporânea pela Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia (Facom - UFBA), quando questionado a respeito do potencial da internet, Aggio pontuou várias proposições favoráveis ao uso da internet em campanhas políticas. Dentre elas, afirmou que a internet não determina ou controla tempo; há a possibilidade da exploração de diversos temas; promove um fortalecimento da democracia. Camilo enfatizou ainda, a possibilidade de uma discussão mais ampla sobre o plano de governo, discussão esta se faz substancial na campanha política de qualquer candidato. Além do barateamento do custo, a internet dispõe de tempo para uma abordagem mais profunda de temas e expõe os candidatos a um maior constrangimento interativo.
      Em relação a interatividade da versão OnLine, o pesquisador chama a atenção para o papel chave do eleitor interventor e da paridade de disputa. Quando proposto o tema engajamento, o entrevistado citou plataformas de organização para atividades presenciais e o cuidado da utilização regular e eficiente da internet.
      Twitter, Facebook, Orkut, MySpace, blogs e outras redes sociais aumentam a possibilidade de atingir um maior público, segundo Camilo. Para ele, o uso de redes sociais vai além dos jovens, tendo em vista que pessoas de várias idades as utilizam como forma de comunicação. Além da campanha dos próprios candidatos, as pessoas que utilizam as redes como forma de interação estão sujeitas aos comentários e ideias de redes e outros usuarios independentes das campanhas.
      A participação de Camilo Aggio reafirmou os avanços na utilização das redes sociais. Abriu um leque maior de possibilidades de ocupação das redes sociais. Os universitários tiveram uma maior visão do uso da internet no meio político e na vida acadêmica.

sábado, 16 de outubro de 2010

Entrevista

      Entrevista é uma conversação entre duas ou mais pessoas (o entrevistador e o entrevistado) em que perguntas são feitas pelo entrevistador para obter informação do entrevistado. Os repórteres entrevistam as suas fontes para obter destas declarações que validem as informações apuradas ou que relatem situações vividas por personagens. Antes de ir para a rua, o repórter recebe uma pauta que contém informações que o ajudarão a construir a matéria. Além das informações, a pauta sugere o enfoque a ser trabalhado assim como as fontes a serem entrevistadas. Antes da entrevista o repórter costuma reunir o máximo de informações disponíveis sobre o assunto a ser abordado e sobre a pessoa que será entrevistada. Munido deste material, ele formula perguntas que levem o entrevistado a fornecer informações novas e relevantes. O repórter também deve ser perspicaz para perceber se o entrevistado mente ou manipula dados nas suas respostas, facto que costuma acontecer principalmente com as fontes oficiais do tema. É importante que o repórter seja insistente. O entrevistador deve conquistar a confiança do entrevistado, mas não tentar dominá-lo, nem ser por ele dominado. Caso contrário, acabará induzindo as respostas ou perdendo a objetividade.


      Há, na entrevista, três requisitos importantes. O primeiro deles é a autencidade, ou seja, as declarações atribuídas ao interlocutor devem ser facilmente provadas. O segundo requisito, e neste, a técnica depende mais do entrevistador, é o interesse. A terceira exigência é a conveniente identificação do entrevistado ou das pessoas envolvidas na entrevista.
      A entrevista pode ser classificada quanto aos entrevistados, como geradora de matéria jornalística, quantos aos entrevistadores e quanto ao conteúdo.





Reportagem

      Em jornalismo, há quatro opções para definir reportagem:
  • Resultado de busca pela informação, cobertura;
  • atividade de coleta de informações, trabalho de preparar e redigir;
  • conjunto de jornalistas encarregado do setor informativo do jornal;
  • formato específico resultante do trabalho de reportar determinados fatos, com a pretensão de aprofundar o assunto e promover o debate.
  
    "A reportagem é um conteúdo jornalístico, escrito ou falado, baseado no testemunho direto dos fatos e situações explicadas em palavras e, numa perspectiva atual, em histórias vividas por pessoas, relacionadas com o seu contexto. O repórter pode valer-se também de fontes secundárias (documentos, livros, almanaques, relatórios, recenseamentos, etc.) ou servir-se de material enviado por órgãos especializados em transformar fatos em notícias (como as agências de notícias e as assessorias de imprensa)."

      Segundo Joaquim Letria, reportagem é um "relato jornalístico - descritivo ou narrativo - com uma apreciável extensão, estilo literário muito pessoal, através do qual se dá conta ou se explica como sucederam certos fatos não necessariamente recentes, ou o seu acontecimento é visto, de um modo muito subjetivo, mas enriquecedor, para formação da opinião e prazer da leitura daqueles a quem se destina".
      A reportagem situa-se no gênero informativo; é o relato de uma ocorrência de interesse coletivo; oferecida ao público segundo formato especial, como uso de fatos, infográficos e boxes; é a notícia ampliada; pode ser interpretação ou investigação. Caracteriza-se pela humanização do relato, contexto social, reconstrução histórica, predominância da forma narrativa, texto de natureza impressionista e objetividade dos fatos narrados.






Frutos de Glauber

      A sexta edição da Mostra Cinema Conquista, com o tema "Um olhar para o novo cinema", teve início no dia 05 de outubro e durou até o dia 09 do mesmo mês. Com a finalidade de democratizar o acesso ao cinema e heterogeneizar os estilos cinematográficos, a mostra contou com o lançamento de livros, a exibição de filmes, a realização de conferências e oficinas, além das exposições de artistas como Vinícius Gil e Dió Araújo (fotografias) e Roque Araújo (câmeras fotográficas e filmadoras de diversos formatos).
     O evento atraiu olhares e despertou o interesse de um público diversificado, que se estendeu de meros admiradores e curiosos a profissionais da área, incluindo estudantes e professores de outras universidades.
     Sua realização se deu no Centro de Cultura Camilo de Jesus Lima, no Teatro Glauber Rocha (UESB) e em Praças Públicas de Vitória da Conquista. A criação de espaços como o Cine-Tenda Vila Serrana III e o Cine-Cidadão Itinerante (nos bairros Alto Maron, Jurema, Kadija e Urbis V) e a entrada gratuita, o que, segundo o público, proporciona uma maior valorização ao evento,  permitiu uma intensa participação popular e uma densa interação entre os ouvintes.
      A abertura, ocorrida na terça-feira as 19h30min, foi efetuada com a exibição do curta-metragem nacional "Haruo Ohara", de Rodrigo Grota, e do longa-metragem "Uma noite em 67", de Renato Calil. Na quarta-feira seguinte a abertura, nove produções foram exibidas, dentre elas: 3 curtas-metragens baianos, 4 curtas-metragens nacionais e 2 longas-metragens. O destaque da quinta-feira, 07 de outubro, foi o longa-metragem "O homem que engarrafava nuvens", de Lírio Ferreira. Muito aplaudido pelo público, o longa contou "a história do Baião através da ascensão e queda de um de seus maiores expoentes, o letrista e compositor Humberto Teixeira, conhecido como o 'doutor do baião'. Responsável por clássicos como 'Asa Branca' e 'Adeus Maria Fulô', Teixeira atingiu o estrelato nos anos 50 mas foi sempre eclipsado por seu parceiro Luiz Gonzaga. Na década seguinte, com o surgimento da bossa nova, o baião caiu na obscuridade". Nos dias 08 e 09 houveram outras exibições.
      No período matutino, conferências e lançamentos de livros foram realizados no Teatro Glauber Tocha. Destaque para a conferência do dia 07 , "Por que crítica e público nunca se entendem?", se faz merecida. O conferencista Celso Sabadin - jornalista, escritor e crítico de cinema - apresentou as diferentes formas de se ver, analisar, amar ou odiar um filme. Sabadin coloca o crítico de cinema como um autodidata, e por ser - a crítica - uma extensão do jornalismo, o crítico de cinema necessita se basear no tripé informação, interpretação e opinião, segundo o conferencista.
      A grande presença do público chamou a atenção da organização do evento que viu na cidade do grande Glauber Rocha um forte interesse pela arte cinematográfica. Pode-se afirmar que sexta edição da Mostra Cinema Conquista obteve saldo positivo.




sexta-feira, 15 de outubro de 2010

A prática da reportagem - Ricardo Kotscho

      Ricardo Kotscho determina o ofício de repórter como uma opção de vida; a tarefa do profissional é a arte de informar para transformar. Jornalista profissional em São Paulo, Kotscho, em seu livro "A prática da reportagem", procura responder num certa ordem às perguntas mais habituais feitas a ele por estudantes e profissionais da área, utilizando-se de exemplos concretos de matérias em lugar de teorias. "Se pedissem esse trabalho a outro repórter, ele certamente faria diferente - e reside aí o fascínio desta profissão, a sua multiplicidade de estilos e ideias, a verdade nunca pronta, acabada.", conclui o autor.
      O livro é dividido em oito capítulos, sendo eles "Uma opção de vida", "O dia-a-dia", "Coberturas", "Reportagem investigativa", "Perfil", "Levantamento", "Drama Social" e "Grande reportagem".
      O dia-a-dia de uma redação se baseia na produção de notícias a serem veiculadas. Quando há um grande assunto a ser noticiado (e esses são raros), o jornal escolhe seus melhores repórteres, mobiliza correspondentes, aciona o departamento de pesquisa e monta um esquema de edição. O problema é que todos os jornais agirão da mesma forma. O que diferencia um jornal do outro, e consequentemente um repórter do outro, é transformar os fatos do dia-a-dia de uma cidade, de um país ou do mundo em matérias interessantes. A circulação do jornal é diária, logo, seu conteúdo deve informar o leitor a respeito dos fatos do dia-a-dia. O repórter precisa ter iniciativa e saber que seu lugar é na rua. O repórter não pode ter medo de tomar posição e precisa colocar-se no lugar do leitor, fazê-lo viajar como se estivesse no local do acontecimento. Kotscho dá uma dica aqueles que pretendem seguir a profissão de repórter ou já o fazem: "Não despreze nunca uma pauta, antes de saber o que ela pode render, mesmo que o assunto não seja muito agradável. Uma pauta de lixo, por exemplo, pode render uma boa história. Porque qualquer assunto serve, se pudermos, por meio dele, mostrar algo novo que estão acontecendo, ainda que o tema seja já batido". 
      Segundo o autor, a cobertura de um grande acontecimento pode significar para um repórter que está começando a consagração ou fracasso. O esquema especial de cobertura montado para a cobertura de um assunto que foge do dia-a-dia requer um investimento alto da empresa jornalística, o que significa que, um profissional que der mancada uma vez dificilmente terá uma segunda oportunidade. O profissional só deve parar de garimpar informação quando estiver absolutamente seguro sobre todos os fatos que colocará no papel. De acordo com Kotscho, a cobertura de um grande acontecimento requer do repórter, além de capacidade profissional e saber escrever, resistência física, esquecer a hora de dormir e comer e vencer o medo, o cansaço e a saudade.
      Kotscho determina a reportagem investiga como o ramo mais difícil da reportagem e o mais fascinante. Requer do repórter descobrir o que será contado, revelar algo que se deseja esconder da opinião pública.
      Perfil é o "filão mais rico das matérias humanas". Com ele, o repórter tem a chance de produzir um texto mais trabalhado. É necessário que o repórter se livre dos preconceitos e ideias pré-fixadas. Ricardo afirma que deve se deixar bem claro, logo de cara, o objetivo da matéria, sua intenção.
      A reportagem das redações são divididas em áreas: Cidade, Polícia, Política, Economia, Educação e Saúde, Ciência e Tecnologia, Esportes, Artes e Espetáculos. Essa divisão é comparada por Kotscho com a Medicina, e como nesta, apesar de suas divisões, há um clínico geral também no jornalismo: o repórter de "geral". Quando um caso não esperado estoura ou todos os repórteres especializados das diferentes áreas, o repórter de "geral" é acionado pela chefia da reportagem. O autor denomina de "drama social" as matérias não enquadradas nas oito áreas citadas acima.
      Por fim, Kotscho trata em seu livro sobre a grande reportagem. É atribuído a elas esse nome pois requerem um grande investimento humano do repórter e financeiro da empresa. Devido ao alto custo, à falta de disponibilidade dos repórteres e do grande espaço redacional que ocupa, a grande reportagem está cada vez mais rara nos grandes jornais.
    "Esse livro não se trata, pois, da neutralidade do repórter - lugares comuns inventados para domesticar os profissionais. O grande compromisso do repórter é para com seu tempo e sua gente."

Um hino à liberdade

"Para as pessoas que inventaram                                                  
as suas próprias leis 
quando sabem ter razão;
para que as que têm um prazer especial
em fazer coisas bem feitas,
nem que seja só pata elas;
para as que sabem que a vida
é algo mais do que aquilo
que os nossos olhos vêem
... Fernão Capelo Gaivota
é uma história com sentido.
Para todas as outras,
ela será na mesma uma aventura
sobre a liberdade e o voo
para além de limites provisórios."  



Box de matéria

O box serve para a adição de informações a parte da matéria.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Legenda e Foto-legenda

A legenda identifica a imagem que acompanha.
Quando a imagem vem acompanhada de um pequeno texto, trata-se da foto-legenda.


Legenda     


Foto-legenda    

                                                                

Nota ou Chamada - lead resumo da notícia

A chamada (ou nota) está sempre presente na primeira página do jornal impresso ou revista e apresenta a página em que contém a matéria. No jornal televisivo, aparece no início.


"Editorial
Não precisamos de lixeiras, precisamos de educação. O fracasso deixa à vista dos olhos dos outros nossas imperfeições e incapacidades. Pag. 03"


"Comunidade
 Show de Bola e Cultura no 15º Festival da Independência do Brasil em Boston. Pag. 13.  "

Manchete - o atrativo da matéria

Uma manchete é o título principal, de maior destaque, de uma matéria. Nela contém um pequeno resumo atrativo que provoca a curiosidade do leitor para saber do conteúdo abordado.


Chuvas em Abril trazem flores em Maio!


Setembro: "Mês de Preparação para 
 Emergências"


Stress: o inimigo silencioso 

I Encontro de Cultura e Moda da Bahia


A cultura está na moda assim
como a moda está na cultura. Reconhecer e inserir a moda como cultura na Bahia foi o principal objetivo do I Encontro de Moda e Cultura da Bahia, realizado nos auditórios do SEBRAE Bahia e da Câmara de Dirigentes Lojistas de Salvador.
O encontro ocorreu nos dias 27 e 28 de agosto e contou com a participação de 121 delegados, dentre eles designers e artesãos de moda, jornalistas, professores, pesquisadores, estudantes, lojistas, empresários, instituições, produtores de moda e outros componentes desta ampla cadeia produtiva e criativa.
O evento mostrou que políticas públicas e os investimentos certos podem fazer do estado um grande pólo de produção nacional do setor. Moda é comunicação com o ambiente, comunicar o que você é ou o que quer mostrar ser.Uma Comissão pró- Associação Baiana de Cultura e Moda foi formada, marcando o início de um novo momento da moda na Bahia.
A realização do evento contou com o apoio da Secretaria de Cultura da Bahia (SECULT), Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado da Bahia (SECTI), Instituto Euvaldo Lodi (IEL), Agência de Fomento do Estado da Bahia (Desenbahia), Câmara de dirigente Lojistas de Salvador (CDL), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), Ministério da Cultura (MinC), Sindicato das Indústrias de Vestuário (Sindvest) e Instituto de Artesanato Visconde de Mauá.
Segundo Luciano Cenci, artesão de moda e coordenador do encontro, o grande momento da moda brasileira e baiana ainda vai acontecer. "Para isso é necessário pensar em grupo, pensar culturalmente, pois o foco excessivamente competitivo do mercado impede o crescimento conjunto. Esse encontro aponta na direção da união do setor para que todos se beneficiem do seu potencial".
Com uma estimativa de crescimento de 5% do PIB para este ano, a Associação de Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT) acredita em um crescimento de 4% para o setor têxtil.
Para que o evento pudesse ser acompanhado ao vivo, foi disponibilizado um endereço eletrônico ao público interessado.

Notícia (gênero informativo)














O gênero informativo é aquele que tem predominantemente por objetivo a informação da atualidade; seu fim principal é dar conta do que acontece. O informativo é proporcional à informação obtida, noticiando o que acontece, utilizando a linguagem de forma funcional.


Notícia é a expressão de um fato novo, que desperta o interesse do público a que o jornal se destina. Caracteriza-se por uma linguagem clara, impessoal, concisa e adequada ao veículo que a transmite. Em sua estrutura padrão, possui duas características fundamentais: "lead" e corpo.

Gêneros Jornalísticos

     Os gêneros da comunicação massiva são os lugares privilegiados da apropriação do comunicólogo e exercem influência fundamental no processo de legitimação e autonomia das Ciências da Comunicação. À comunicade científica, os gêneros são fundamentais pois permitem a discussão sobre a abrangência dos fenômenos comunicacionais como prática estruturadora e construtora de significados na sociedade. Os gêneros são os lugares da apropriação empírica do investigador onde são apontadas as linhas gerais dos procedimentos analíticos para a compreensão da comunicação, sua natureza e suas dinâmicas internas como campo autônomo de conhecimento. Como afirma Lorenzo Gomis, os gêneros ajudam o escritor a escrever e o leitor a ler, permitindo relacionar formas e conteúdos.
     Jesus Martin-Barbero é mais claro ao afirmar que os gêneros atuam estrategicamente na produção e como leitura de si mesmo, permitindo que o sentido da narrativa seja produzido e consumido, "lido e compreendido, e que, diferentemente do funcionamento da obra na cultura culta, constitui-se na unidade de análise da cultura de massas".
      Para Alceu Amoroso Lima o gênero é "compreendido não como uma imposição ou um modelo, de fora para dentro, mas como uma livre disciplina, de dentro para fora, como princípios ordenadores determinados pela própria arte em sua função criadora". O gênero possui caráter mutável, por ser um instrumento de diálogo entre produtor e receptor. Na medida em que o diálogo avança, as formas de apresentação vão mudando. Trata-se de um realidade dinâmica.

 Gêneros e formatos na comunicação massiva periodística: um estudo do jornal "Folha de São Paulo" e da revista "Veja"